Quando falamos em urbanismo e desenvolvimento de grandes cidades, como as capitais e as metrópoles brasileiras, a segurança hídrica é um dos assuntos que sempre vem à tona. Prova disso é a preocupação que os setores público e privado têm para que os riscos envolvendo os recursos hídricos sejam diminuídos.

Segundo uma reportagem exibida na TV Brasil, o Governo Federal trabalha com uma meta de reduzir em 11% os riscos hídricos até o ano de 2035. Essa ação faz parte de um projeto que está sendo elaborado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional, em parceria com a Agência Nacional das Águas (ANA).

Além das instituições públicas e privadas, a população também tem muito a contribuir para a preservação da água e a segurança hídrica. Você poderá encontrar respostas para questionamentos sobre o assunto neste post. Acompanhe!

O que é segurança hídrica?

De acordo com a ONU, o conceito de segurança hídrica é “assegurar o acesso sustentável à água de qualidade, em quantidade adequada à manutenção dos meios de vida, do bem-estar humano e do desenvolvimento socioeconômico; garantir proteção contra a poluição hídrica e desastres relacionados à água; preservar os ecossistemas em um clima de paz e estabilidade política”.

O termo ganhou ênfase depois de alguns estados brasileiros sofrerem longos períodos de seca. Durante esse tempo, a população ficou desassistida e foi necessário racionar o uso da água.

Quando falamos em segurança hídrica, é importante ressaltar que existem diversos fatores envolvidos, como as mudanças climáticas, a urbanização das cidades, a construção de barragens e a intervenção humana nos sistemas de abastecimento.

Portanto, podemos dizer que a segurança hídrica é um conjunto de boas práticas desenvolvidas pela sociedade para que a água não fique indisponível, independentemente dos fatores diretamente relacionados a isso. Trata-se de um trabalho em conjunto, que deve envolver o poder público, as empresas privadas e a população.

Como é garantida a disponibilidade de água no Brasil?

O Brasil é um país que tem uma população estimada em mais de 200 milhões de habitantes, algo que representa cerca de 3% do total de indivíduos que habitam o planeta. Em contrapartida, contamos com a vantagem de ter a maior reserva hidrológica do mundo.

Esse fator coloca o nosso país no centro de discussões sobre a disponibilidade de água, pois, mesmo com tanta abundância, existem locais em que a água encanada ainda não chega à população. Além disso, em períodos de seca, alguns municípios necessitam racionar esse bem precioso.

Para garantir a distribuição de água no país, existe uma Política Nacional de Recursos Hídricos, que foi elaborada e é regida pelo Ministério do Meio Ambiente.

Esse plano contém algumas ações, tais como:

  • garantir o correto uso das barragens e recursos hídricos;
  • monitorar os eventos e corpos hídricos críticos;
  • possibilitar a educação e a participação da comunidade nas políticas de abastecimento;
  • fazer a mediação e a arbitragem dos conflitos pela água;
  • cobrar pelo uso dos recursos hídricos.

Quais são as principais práticas de segurança hídrica?

Agora que explicamos o conceito de segurança hídrica e como esse ponto é regido no Brasil, confira, a seguir, algumas boas práticas que podem ser aplicadas para garantir a proteção dos recursos hídricos. Veja alguns exemplos!

Universalizar a coleta e o tratamento de esgoto

Para ter uma boa segurança hídrica é preciso garantir a universalização dos serviços de esgotamento sanitário. De acordo com dados do Instituto Trata Brasil, atualmente apenas 52,36% da população têm acesso à coleta de esgoto no país. Isso equivale a quase 100 milhões de brasileiros sem acesso a esse serviço.

No que diz respeito ao tratamento, apenas 46% dos esgotos do país são tratados, e somente 21 municípios nas 100 maiores cidades do país tratam mais de 80% dos esgotos.

Esses dados mostram que grande parte do esgoto produzido no Brasil ainda é descartada sem tratamento na natureza. Isso significa que importantes rios, como o Pinheiros e o Tietê, têm longos trechos que estão considerados “mortos” – ou seja, a vida aquática é praticamente zero. Para se ter uma ideia, hoje, 80% da água do Rio Pinheiros é composta por esgoto!

Por causa disso, a água desses rios não pode ser captada para consumo humano, diminuindo a disponibilidade hídrica das regiões que sofrem com o problema. Para reverter esse quadro, é essencial que os governos invistam em saneamento básico. À população, cabe não poluir, descartando o lixo corretamente, além de acompanhar o trabalho do poder público e privado para garantir a prestação adequada dos serviços.

Não jogar lixo nas ruas

Seguindo o raciocínio do tópico anterior, para que se tenha uma segurança hídrica adequada, as águas, além de livres de esgoto, também precisam estar livres de lixo. No mundo todo, a ineficiência no descarte correto de resíduos é preocupante. Quando ele não é destinado aos aterros sanitários, o lixo quase sempre acaba chegando aos rios, córregos e mares.

Para piorar, o chorume, resultado da decomposição do lixo, pode se infiltrar no solo e acabar atingindo as fontes de água subterrâneas. A falta de conscientização das pessoas quanto manejo do lixo nas casas também causa impactos, por isso, a população precisa mudar seus hábitos nesse sentido. Não jogar lixo nas ruas, fazer a separação dos resíduos e praticar a reciclagem são exemplos de alternativas que evitam a poluição. .

Fazer um consumo consciente de água

Quando acontece uma crise hídrica, é comum que as prefeituras façam racionamento de água, liberando os sistemas de abastecimento em apenas alguns horários determinados. No entanto, é importante economizar água sempre, e não apenas em situações de emergências como essas.

O consumo consciente deve ser algo cultural e presente em nosso dia a dia. Condomínios podem adotar sistemas para reaproveitar a água da chuva para irrigação de jardins e limpeza, por exemplo. Da mesma forma, pequenas atitudes em nossas casas, como evitar banhos longos, escovar os dentes com a torneira fechada e acabar com os vazamentos, fazem com que os recursos hídricos não sejam gastos de maneira indevida.

Essa conscientização deve ser feita desde cedo., afinal, quando as crianças aprendem sobre o tema, disseminam as informações aprendidas na escola para os seus pais, cobrando pela correta separação do lixo, o uso moderado da água e a reciclagem, por exemplo.

Investir em novas tecnologias

Recursos tecnológicos, como o Big Data, o Machine Learning, a Internet das Coisas, entre outros, possibilitam que as companhias de abastecimento tenham um acompanhamento mais próximo da qualidade das águas e dos percursos feitos pelos recursos hídricos, desde que saem dos rios até chegar nas torneiras dos lares brasileiros.

Assim, investir em novas tecnologias ajuda a garantir que haja uma segurança hídrica eficiente e que não falte água para a população. Afinal, precisamos muito desse bem precioso para as nossas atividades cotidianas e, é claro, para garantir a nossa sobrevivência.

Como explicamos, economizar água em casa é uma ação que todos nós podemos fazer para contribuir com a segurança hídrica das nossas cidades. Por isso, comece a colocar pequenas ações em prática e faça a sua parte!

Uma boa forma de saber se você está gastando muita água é lendo o seu hidrômetro. Confira agora o nosso post que mostra como fazer isso.