Água para todos é um direito, pois sem esse recurso, a nossa vida (e a de todos os outros serem vivos) não é possível. Ainda há pessoas, no entanto, que não têm água disponível. Segundo estudos da Organização das Nações Unidas, um bilhão de pessoas no mundo não dispõem de um abastecimento de água suficiente. No Brasil, são quase 35 milhões de pessoas que não têm acesso a esse serviço básico.

As razões para isso são variadas, como o crescimento populacional desenfreado, a poluição dos mananciais de água, a superexploração de lençóis freáticos e a degradação das florestas. Há, entretanto, formas de diminuir o impacto dessas ações na natureza e garantir água de qualidade para toda a população.

A democratização do acesso a esse bem passa por iniciativas que promovem o consumo consciente da água, melhorias na coleta de lixo e esgoto, entre outros pontos. Para isso, é necessário o envolvimento de toda a população. Quer saber mais sobre esse assunto e ver como você pode contribuir? Continue a leitura deste post!

Como funciona o acesso à água no Brasil?

Segundo o Instituto Trata Brasil, cerca de 83% da população brasileira é atendida com abastecimento de água tratada. Apesar de ser um percentual alto, os outros 17% representam mais de 30 milhões de pessoas. Desses, aproximadamente 14% são crianças e adolescentes.

Existem regiões que sofrem mais do que outras com essa questão — o Norte e Nordeste do Brasil, segundo dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico. No Norte, mais da metade dos domicílios não tem acesso à rede geral de abastecimento. Essa informação até soa contraditória, visto que é nessa região que se encontra uma das maiores bacias hidrográficas do mundo: a Amazônica.

No Nordeste, a situação é um pouco melhor, mas ainda afeta mais de 30% da população. A realidade é crítica em regiões como o semiárido e o sertão, que sofrem com a falta de chuva e dependem de cisternas e caminhões-pipa.

Uma das alternativas utilizadas pela população em regiões sem acesso ao abastecimento de água é a perfuração de poços. No entanto, apesar de muitas vezes serem a única opção, é preciso fazer o acompanhamento frequente da qualidade da água captada para identificar possíveis alterações e contaminações.

Isso é fundamental, pois a água contaminada pode causar vários problemas de saúde, desde diarreia até hepatite A. Essas são doenças comuns que, se não forem tratadas adequadamente, podem levar à morte. A diarreia, por exemplo, é a terceira causa mais comum de morte em crianças de até 5 anos.

Como garantir água para todos?

A universalização do acesso à água potável é uma das metas do Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab), que deveria ser cumprida até 2033. Ainda há, no entanto, muito trabalho a ser feito para que isso aconteça.

O Brasil investiu, em 2017, R$ 6 bilhões em saneamento básico. Para atender aos objetivos propostos, seria necessário investir anualmente R$ 21,6 bilhões, ou seja, mais do que quadruplicar o orçamento. A situação atual é o contrário do que devia acontecer: o investimento está sendo reduzido devido à crise financeira que o país enfrenta.

A democratização não passa só pelo investimento em infraestrutura, mas pela garantia de abastecimento sem intermitências — o que nem sempre ocorre, devido à falta de manutenção e substituição de tubulações antigas e das perdas de água, que representam 37% da água distribuída no Brasil.

Dessa forma, garantir o acesso à água para todos os brasileiros é uma tarefa difícil, que poderia ser viabilizada com diversas frentes de ação. Investimentos em saneamento na proporção que o país necessita, seja por companhia públicas ou privadas, teriam um grande impacto na distribuição de água — tanto para a expansão do acesso para as populações que carecem de atendimento quanto para melhorar a prestação dos serviços e garantir um abastecimento contínuo e de qualidade.

Existe alguma iniciativa para promover a democratização da água?

O futuro da água no Brasil e no mundo depende de iniciativas que promovam não só sua democratização, mas a preservação desse recurso natural. A BRK Ambiental é apoiadora do WIL Brasil by Waterlution, um programa que incentiva a inovação por parte de jovens líderes da água. No WIL Brasil Nordeste 2019, dois grupos formados pelos participantes foram selecionados pela companhia para receber recursos-semente e desenvolverem seus projetos em 2020.

Outro programa que tem grande impacto na vida de milhares de nordestinos é o Articulação Semiárido Brasileiro (ASA). Essa é uma rede formada por mais de três mil organizações da sociedade civil, que tem como principal bandeira a defesa do direito à água. Nesse contexto, eles já promoveram vários projetos para a democratização desse recurso natural, como o Programa Um Milhão de Cisternas.

O Instituto Coca-Cola Brasil conta com o programa Água+Acesso. Ele promove uma aliança com organizações que trabalham com o acesso à água potável, sejam elas Organizações Não Governamentais (ONGs), sejam elas outras empresas.

Quais são os benefícios que a universalização do saneamento pode gerar?

Além dos benefícios para a saúde da população, a universalização dos serviços de saneamento básico pode gerar impactos em diversas áreas, inclusive na economia do Brasil.

Algumas vantagens de investir em saneamento são:

Viu como é importante levar água para todos? Além de fazer sempre um consumo consciente da água, uma boa forma de contribuir para garantir a sua democratização é apoiando ou participando de projetos sociais que promovam ações com este fim. Assim, você se engaja em uma causa que pode transformar inúmeros aspectos na vida das pessoas.

Falamos sobre a importância da qualidade da água que chega nas nossas casas para evitar doenças, mas você sabe como é feito o tratamento da água que consumimos? Confira nosso post sobre o assunto e fique por dentro!

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Este conteúdo foi produzido com base na entrevista realizada com Luana da Silva Caires, Química da BRK Ambiental.