O aumento das temperaturas, da umidade e das chuvas formam as condições ideais para a proliferação de diversas doenças de verão — tanto infecciosas quanto parasitárias. Além disso, a falta de saneamento adequado pode contribuir para agravar o caso.
O tratamento adequado do esgoto é fundamental para a proteção da saúde pública. Os micro-organismos patogênicos presentes nos esgotos podem contaminar a água, os alimentos, as mãos, os utensílios domésticos, o solo ou serem transportados por moscas, roedores e baratas, provocando novas infecções.
Nos últimos 5 anos, o Sistema Único de Saúde (SUS) gastou mais de R$ 1 bilhão em internações e procedimentos ambulatoriais. Pensando na importância de conhecer as doenças de verão que podem estar relacionadas à falta de saneamento, preparamos este artigo para você saber mais sobre o assunto. Confira!
1. Micose
A micose é uma doença muito comum no verão, devido ao calor e à umidade. Esse problema é causado por fungos que habitam o meio ambiente. Algumas situações, como uso de roupas molhadas por tempo prolongado, má higiene e secagem incompleta da pele facilitam a colonização pelos micro-organismos.
Descamação e prurido (coceira) são os principais sintomas. Hábitos de higiene são fundamentais para a prevenção da doença. Como nessa época as pessoas tendem a frequentar praias, piscinas e saunas, as principais dicas são:
- secar-se muito bem após o banho;
- evitar andar descalço em regiões úmidas;
- não compartilhar escovas de cabelo, toalhas, roupas e bonés;
- evitar roupas de material sintético, pois prejudicam a transpiração e não absorvem o suor;
- evitar contato prolongado com água quente e sabão;
- optar por calçados mais largos.
2. Bicho geográfico
Bicho geográfico é o nome popular da larva migrans cutânea. Esse parasita tem como hospedeiros naturais gatos e cachorros. A infecção ocorre pelo contato direto da pele com as larvas infectantes presentes no solo contaminado por fezes desses animais.
Na pele dos humanos, a larva provoca irritação e prurido. Após a fase inicial, o parasita faz trajetos sinuosos na pele, formando desenhos parecidos com um mapa. No verão, as pessoas tendem a andar de pés descalços e se infectam com mais facilidade.
Para evitar o problema, é fundamental assegurar as condições de higiene dos ambientes. Além disso, cubra sempre a superfície que vai sentar ou deitar para tomar sol.
3. Dengue
A dengue é uma das doenças de verão mais comuns. Ela é transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. No verão, o calor e a umidade reduzem o tempo do seu ciclo de reprodução.
Além disso, as chuvas aumentam os focos de água limpa e parada, promovendo o surto de dengue. Por isso, o número de insetos aumenta e, assim, ocorrem mais casos de infecções causadas pelo vírus. A melhor forma de prevenir a doença é impedir a reprodução e a picada do mosquito.
Para isso, é possível usar roupas que reduzem a área de exposição da pele, telas nas janelas e repelentes, além de eliminar focos e criadouros das larvas dos insetos. Portanto, não deixe locais para acúmulo de água, como pratos de plantas, pneus, garrafas e lixo.
4. Viroses
Viroses gastrointestinais são as mais comuns em locais com falta de saneamento. Elas são provocadas por vírus que são transmitidos por meio da água ou de alimentos contaminados. E é justamente no verão que as pessoas têm mais dificuldade em acomodar os alimentos de forma correta para evitar a propagação desses micro-organismos.
Cidades turísticas com serviços de saneamento básico deficientes também são mais suscetíveis a contaminações, o que acaba se agravando na época do verão, quando o número de visitantes aumenta e a incidência dos casos também.
Em geral, a inflamação costuma durar de 3 a 5 dias, mas os sintomas — especialmente a diarreia — podem permanecer por até 15 dias. É comum que o quadro regrida sozinho, sem a necessidade de medicação – que não cura o problema, apenas ameniza os sintomas.
Medicamentos como remédios para enjoo e probióticos associados à alimentação leve e ingestão de bastante líquidos ajudam na recuperação nesses primeiros dias. No entanto, se a diarreia e o vômito continuarem por mais de 3 dias, é fundamental buscar auxílio médico, pois a perda de líquidos pode causar desidratação.
5. Febre tifóide
Febre tifóide é uma doença infectocontagiosa causada pela bactéria Saumonella. A patologia é transmitida pela ingestão de alimentos e água contaminados ou pelo contato direto. Os bacilos são eliminados na urina e nas fezes humanas dos portadores da doença ativa e até nos dejetos dos que não apresentam sintomas.
A doença é endêmica nos ambientes em que as condições de higiene e sanitárias são inadequadas ou não existem, embora haja casos registrados em todo o mundo. A transmissão ocorre apenas por via fecal-oral e a incidência de infecção por essa bactéria aumenta durante os meses de verão.
Ao entrar no organismo, as bactérias mais resistentes atravessam as paredes do intestino delgado e chegam até a corrente sanguínea. Nessa etapa, surgem os primeiros sintomas.
6. Hepatite A
Falhas nos cuidados com a água e com os alimentos podem ser responsáveis por surtos de hepatite A. Além de febre e diarreia, a doença pode deixar os olhos amarelados. No verão, época do ano com temperaturas elevadas e com eventuais quebras de rotina, o risco é maior, principalmente nas praias.
No litoral, nem sempre o saneamento básico comporta a chegada dos turistas. A principal forma de prevenir a doença é com a vacinação. Também é importante ficar de olho na qualidade da água, lavar as mãos com frequência e ter cuidados com a higiene na preparação dos alimentos.
Existem várias doenças de verão que podem ser causadas pela água contaminada. Em locais com falta de saneamento adequado (falta de rede de esgoto ou de água tratada, por exemplo), as patologias podem acontecer devido à contaminação da água com dejetos ou pelo contato com esgotos despejados nas ruas ou nos rios e córregos. A falta de água também pode causar doenças, pois impede uma higiene apropriada.
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BRK
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2 Comments
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O saneamento tem muita importância com relação a vida melhor para a sociedade, o tratamento da água é muito importante na prevenção de várias doenças.
Hoje ainda temos um grande descuido em relação ao acesso ao tratamento sanitário devido os maus governantes que ñ faz o que poderia ser talvez o melhor para uma sociedade investimentos na parte sanitária. Assim uma grande parte da população não tem esse acesso.