Fonte de vida para todas as espécies, matéria-prima para a produção de outros recursos, como a energia elétrica, além de necessária para a indústria e a agricultura, a preservação da água vem sendo constantemente ameaçada.

Ao se abrir a torneira, o fluxo de água é dado como certo, por isso, lidar com uma falta de água costuma ser uma experiência frustrante. Seja pelas altas temperaturas, pelo período de estiagem, pela maior demanda de consumo ou por questões operacionais, ela pode ocorrer e nem sempre é possível prevê-la. No entanto, no meio de tantas questões, alguns mitos e verdades aparecem.

Este artigo vai esclarecer alguns pontos sobre esse bem tão valioso para o planeta e trazer algumas possibilidades para resolver a questão da falta de água. Continue lendo e aprenda a cuidar desse recurso para não faltar. Vamos lá?

Por que ocorre falta de água?

Faltar água em casa é algo que pode acontecer com qualquer pessoa e por várias situações diferentes. Os motivos vão desde uma crise hídrica, passando por problemas operacionais pontuais no serviço de abastecimento público, até vazamentos internos. Assim, é importante observar alguns pontos para identificar a razão da falta de água.

Checar se o registro do cavalete está aberto

Às vezes, é preciso realizar alguma manutenção no imóvel que requer o fechamento do registro. Assim, é preciso abri-lo de novo para que a água volte e circular pelos encanamentos. Nesse caso, não nenhum problema estrutural, e o problema da falta de água é resolvido com facilidade, sem a necessidade de chamar qualquer ajuda especializada.

Verificar se os vizinhos também estão sem água ou se é apenas no seu imóvel

Caso seus vizinhos também estejam sem água, provavelmente a razão da falta de água é uma manutenção na rede de água realizada pela concessionária responsável pelo abastecimento na cidade. Nesse caso, o foco deve ser no consumo consciente até que a água retorne.

Agora, se estiver faltando água apenas na sua casa, é um forte indício de que se trata de um vazamento interno. Uma forma de checar isso é verificar se a água sai da primeira torneira direto da rua, mas não sai nas torneiras do interior do imóvel. Nessa situação, verificar se o registro do cavalete está aberto também é importante.

Crise hídrica e racionamento

Alterações na disponibilidade de água e no regime de chuvas do país podem causar estiagem que leva à crise hídrica. Geralmente, a ação humana é a principal responsável por essa situação, que pode ser acentuada por alguns fenômenos naturais. Em alguns casos, a situação é tão severa que pode haver necessidade de racionamento de água, quando o recurso fica disponível apenas algumas horas do dia ou em alguns dias da semana, conforme o cenário.

Manutenção na rede de água

Por vezes, a concessionária responsável pelo serviço de água na cidade precisa interromper o abastecimento para realizar uma manutenção. Há casos em que essa manutenção é programada, então a companhia de saneamento consegue informar a população para que se prepare e economize água. Quem tem caixa d’água costuma ter menos problemas nessa situação, já que o reservatório armazena uma quantidade significativa do recurso que pode suprir a demanda no período com falta de água.

No entanto, há casos em que a manutenção é emergencial, ou seja, ela não foi prevista. Isso ocorre em caso de problemas com queda de energia, por exemplo, já que as bombas de captação de água geralmente funcionam com este recurso, ou algum rompimento na rede de água. Em situações como essas, a concessionária não consegue informar a população com antecedência, e é preciso aguardar a regularização do abastecimento. Por isso, praticar hábitos de consumo consciente é fundamental sempre.

Outro ponto importante de lembrar é que essas manutenções são indispensáveis para manter a qualidade da água que chega na torneira das casas da população.

Água: preservar para não faltar

Para entender a importância da preservação da água, podemos recorrer a alguns dados e a uma lógica matemática. A Terra tem 3/4 da sua superfície coberta por esse elemento, mas apenas 3% desse total é de água doce. Desse tanto, 2% estão congelados nas calotas polares e apenas 1% é água disponível para captação, tratamento e distribuição para a população.

Soma-se a isso o problema do crescimento exponencial da população mundial nas últimas décadas, que trouxe consigo um aumento significativo na demanda pelo recurso. É daí que surgiu a alcunha de ouro líquido para definir a água doce, já que ela está se tornando escassa e, em breve, ela pode não ser suficiente para atender as necessidades da população mundial.

Outro ponto fundamental é a distribuição desigual dos recursos hídricos pela superfície terrestre. Desse modo, algumas áreas têm água em abundância e outras sofrem com secas. Todas essas questões geram a necessidade de se preservar a água para que todas as pessoas tenham acesso à água limpa e potável, especialmente as próximas gerações.

Conheça alguns mitos e verdades sobre a falta de água

No meio da necessidade e da discussão de como preservar o recurso, aumentar a disponibilidade e ainda o medo da falta de água, surgem alguns mitos e verdades. Vejamos agora quais são eles para aprender tudo sobre os recursos hídricos e como promover um desenvolvimento sustentável poupando água.

Na falta de água doce, é possível consumir água do mar?

Depende! Com tanta água salgada no planeta, uma das primeiras alternativas que pensamos quando o assunto é falta de água é na possibilidade de uso da água do mar.

A verdade é que este é um recurso possível de se utilizar desde que passe por um processo de dessalinização. Em função da presença do sal, ao beber água do mar o nosso corpo fica desidratado, em vez de hidratado, pois as células perdem água por osmose. No entanto, é possível dessalinizar a água do mar, ainda que esta seja uma alternativa de alto custo. Em lugares onde não há muitas possibilidades de fontes de água, como em Israel, a alternativa é usada.

Com as secas, até os poços artesianos podem secar?

Verdade! A formação de lençóis freáticos e o consequente abastecimento de poços artesianos precisam da umidificação constante do solo. Mas isso depende da preservação das florestas — que conservam essa umidade — e das chuvas. Com períodos de secas e estiagem cada vez mais severos, e ainda com o aumento do uso da água no mundo todo, essas reservas subterrâneas tendem a se extinguir.

Se voltar a chover, a falta de água acaba?

Mito! A umidificação do solo e a formação de lençóis freáticos para abastecimento dependem não somente da chuva, mas também da preservação de florestas e, por consequência, do fim do desmatamento, da melhoria de solos já desmatados, do espaço urbano e também do uso racional da água pelas pessoas (incluindo população em geral, indústrias e agricultura). Ou seja, não basta molhar a terra, mas criar condições para que essa água seja absorvida e armazenada no solo.

É verdade que o Brasil tem uma das maiores bacias hidrográficas do mundo e nunca terá escassez de água?

Mito! O país tem, sim, uma das maiores bacias hidrográficas do mundo, mas as mudanças climáticas, o desmatamento e a má gestão da água já tem causado falta de água, com consequências que vão além da disponibilidade hídrica para a população, como os chamados apagões. Como já dissemos, não basta que haja água, é preciso criar condições para sua preservação.

Com a falta de água, poderemos consumir água de reúso?

Verdade! A água de reuso já é uma realidade. Na maioria dos países, o uso para consumo humano ainda não é permitido, mas ela é aproveitada em indústrias ou para descargas e lavagens de prédios e ruas. No entanto, já existem recursos para possibilitar a sua ingestão em alguns lugares do mundo.

Veja quais as melhores formas de cuidar desse recurso

Economizar e preservar, esses são os 2 verbos que devemos ter em mente na hora de cuidar da água. E esse é um trabalho que envolve a colaboração de todos os setores da sociedade.

Vimos que a falta de recursos hídricos não se deve apenas à falta de chuvas, mas também à má gestão deles. Vivemos, atualmente, em uma sociedade que desperdiça água limpa, polui lagos, rios e lençóis freáticos e fomenta a aridez com o desmatamento de florestas e o mau uso do solo.

Para tentar contrariar essa lógica e contribuir para o futuro da água, é possível contribuir com pequenas atitudes no dia a dia:

  • ficar atento a vazamentos no seu imóvel
  • evitar o desperdício de água substituindo a mangueira pelo balde ao lavar calçadas e carros;
  • reaproveitar a água da máquina de lavar roupas;
  • tomar banhos rápidos, de até cinco minutos;
  • contribuir com a educação ambiental na comunidade;
  • reduzir o consumo e a geração de lixo.

Como vimos, a falta de água é uma realidade cada vez mais próxima. Além dos transtornos no dia a dia, há o temor pela diminuição ou fim desse recurso tão básico como um todo.

Que tal contribuir para a preservação da água ensinando as crianças desde cedo a terem uma relação mais sustentável com o meio ambiente? Acesse nosso artigo sobre educação ambiental para crianças e comece já!