No século 19, os londrinos sofriam com surtos de cólera que matavam milhares, causados pela água contaminada. O mau cheiro que emanava do rio Tâmisa – até então o principal destino de todos os dejetos da cidade – dominava as salas do Parlamento, onde os lordes buscavam soluções para o problema. A resposta estava no saneamento básico. Com a inauguração do seu sistema de esgotos integrado, em 1865, Londres conseguiu dar um basta nas epidemias de cólera e ainda salvou o rio Tâmisa da poluição.

Dispor de saneamento é uma das principais conquistas para a saúde e qualidade de vida de uma população. A melhoria nos índices de desenvolvimento humano de toda comunidade passa pela implementação de um ciclo de saneamento, que comece na captação e tratamento da água que sai dos mananciais para as residências e complemente-se na coleta e no tratamento do esgoto gerado pela população. São realizadas duas etapas de tratamento da água, antes e depois do uso, de forma a promover saúde e preservar o meio ambiente ao mesmo tempo.

Ciclo do Saneamento: Captação de água - Estação de Tratamento de Água - distribuição - coleta de esgoto - estação de tratamento de esgoto - devolução aos mananciais

4 exemplos de como saúde e saneamento se relacionam

O fato é que saneamento e saúde estão muito interligados. Listamos as formas como o avanço do saneamento impacta diretamente na melhoria dos índices de saúde e qualidade de vida da população.

1. Na prevenção às doenças de veiculação hídrica por água contaminada

Existem doenças cujo contágio está relacionado diretamente ao consumo de água contaminada e, por essa razão, recebem dos especialistas a classificação de “doenças de veiculação hídrica“.

Além da cólera, algumas hepatites, gastroenterite, febre tifóide e outras mazelas se alastram quando alguém bebe água sem tratamento ou a usa para lavar alimentos, por exemplo. Como a história de Londres demonstra, promover o tratamento de água e esgoto em um ciclo completo de saneamento é a chave para prevenir a propagação de todos esse problemas e proporcionar mais saúde para a população.

2. No combate ao Aedes aegypti

Apesar de não ser a causa direta da transmissão da dengue, zika e chikungunya, a água acumulada é o criadouro ideal do mosquito Aedes Aegypt, principal responsável pela propagação de todas essas doenças.

Os investimentos em saneamento, especialmente nas áreas de coleta de lixo, instalação e preservação de rede de esgotos e de drenagem de água pluvial ajudam a reduzir a oferta de água parada nas cidades, diminuindo as chances de reprodução do mosquito. Os cidadãos também têm um papel fundamental no combate ao Aedes Aegypti, com a adoção de boas práticas de saneamento dentro e fora de casa.

3. No planejamento dos investimentos públicos

Segundo dados divulgados pela Organização Mundial de Saúde, estima-se que a cada R$ 1,00 aplicado em saneamento, R$ 4,00 são economizados na área da saúde.

Não é difícil entender essa conta. A infraestrutura de saneamento ajuda a prevenir diversas doenças. Cidades que contam com uma rede completa de esgotos têm melhores índices de desenvolvimento humano e menos pessoas na fila dos postos de saúde necessitando de atendimento.

4. Nas nossas práticas do cotidiano

Todo cidadão tem sua parcela de responsabilidade na adoção de boas práticas de saneamento. Mesmo porque o bom funcionamento de todo esse sistema depende da parceria entre poder público, concessionárias e usuários. Não adianta ter uma rede de esgotos bem distribuída se o lixo é jogado nas ruas da cidade e entope os bueiros, por exemplo.

Da mesma forma, até a água que passa pela estação de tratamento antes de chegar às residências corre o risco de acabar contaminada caso caia em uma caixa d’água que nunca passou por uma faxina. A limpeza e manutenção dos reservatórios é responsabilidade dos usuários.

Mesmo os hábitos mais corriqueiros de higiene contribuem para o saneamento de sua cidade e a saúde da sua família. Lavar as mãos depois de ir ao banheiro, de usar transporte público ou manusear dinheiro ajuda a prevenir a propagação de diversas doenças. Lavar frutas, legumes e verduras em água tratada antes de consumi-los é outra prática que previne contaminações. Vamos colocar em prática?

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