Os serviços de saneamento nas cidades são essenciais para atrair mais desenvolvimento econômico e social, além de garantir mais qualidade de vida e saúde para a população. Apesar disso, o Brasil ainda tem muito a evoluir nesse quesito, pois as desigualdades são muito grandes.

Enquanto alguns municípios usufruem de abastecimento de água e tratamento de esgoto com qualidade, outros não contam nem com os serviços mais básicos. Neste texto, vamos compartilhar um diagnóstico do saneamento básico no Brasil. Conheça a realidade do nosso país por meio de números exatos e esclarecedores!

Os números do saneamento no Brasil

Os números do saneamento no Brasil expressam uma triste realidade que brasileiros e brasileiras precisam enfrentar todos os dias. Apesar de se tratar de um direito e de atingir diretamente a dignidade humana, de acordo com o ranking divulgado pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES), apenas quatro cidades brasileiras atingiram a universalização do acesso aos serviços de saneamento básico no país.

O Ranking 2018 da Universalização do Saneamento avaliou 1.894 cidades, representando 34% dos municípios brasileiros e 67% da população total. Os números mostram que 85% delas ainda tem um longo caminho para conseguir fornecer saneamento básico para toda a população. Do total, somente 15% atingiram uma pontuação suficiente para serem classificadas na categoria Rumo à Universalização, que é o patamar mais alto.

Quando comparados com os dados de saúde, fica clara a relação entre saneamento básico e qualidade de vida da população — quanto maior o acesso a serviços de água e esgoto, menores eram as ocorrências de internações causadas por doenças ligadas ao saneamento inadequado.

Outro documento de análise importante é o Ranking do Saneamento Básico — 100 Maiores Cidades do Brasil. Este relatório é fruto do trabalho conjunto entre o Instituto Trata Brasil e a GO Associados. Com base nos dados de 2017 do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), o documento afirma que 35 milhões de brasileiros ainda não tem acesso à água tratada, e 100 milhões não contam com serviços de coleta de esgoto (e do esgoto coletado, apenas 46% recebe tratamento). O estudo acrescenta ainda que, em 36 cidades avaliadas, 6 a cada 10 habitantes não têm acesso a serviços de coleta de esgoto.

Existe, ainda, uma grande preocupação no que se refere às perdas de água, representando um grande desafio para as concessionárias e para a preservação dos recursos hídricos do país. Mesmo nas 100 maiores cidades do ranking em que há distribuição de água potável, 80% delas apresentam perdas acima de 30%. Apenas uma delas tem perdas menores de 15%. Essas perdas ocorrem por vazamentos nas redes de distribuição, roubos (ou “gatos”), problemas na leitura do hidrômetro etc.

Em relação à coleta de lixo, segundo a Pnad 2018, 91% das residências brasileiras contam com o serviço, feito diretamente (83%) ou por meio de caçambas distribuídas na localidade (8%). No Rio de Janeiro e em São Paulo, esse número chega a 99%.

As cidades com melhores índices de saneamento no Brasil

Para eleger as cidades que apresentam o melhor desempenhos nos esforços de universalizar a prestação dos serviços de saneamento básico à população, tomaremos por base o Ranking do Saneamento do Instituto Trata Brasil — 2019.

Os melhores resultados entre as 100 maiores cidades foram os seguintes, conforme os dados de posicionamento — município, UF — percentual de cobertura:

  • 1 — Piracicaba, SP — 100;
  • 1 — Taboão da Serra, SP — 100;
  • 3 — Cascavel, PR — 99,99;
  • 3 — Curitiba, PR — 99,99;
  • 5 — Londrina, PR — 99,98;
  • 5 — Maringá, PR — 99,98;
  • 5 — Ponta Grossa, PR — 99,98;
  • 8 — Santos, SP — 99,93;
  • 9 — Franca, SP — 99,62;
  • 10 — Ribeirão Preto, SP — 99,53;
  • 11 — São José dos Campos, SP — 98,98;
  • 12 — Taubaté, SP — 98,91;
  • 13 — Santo André, SP — 98,87;
  • 14 — Uberaba, MG — 98,5;
  • 15 — Jundiaí, SP — 98,23;
  • 16 — Governador Valadares, MG — 97,46;
  • 17 — Uberlândia, MG — 97,24;
  • 18 — Bauru, SP — 97,17;
  • 19 — Limeira, SP — 97,02;
  • 20 — Sorocaba, SP — 96,67.

Cidades como Franca, Rio Claro, Limeira, Maringá e Uberlândia têm avançado no acesso aos serviços essenciais graças ao investimento em saneamento, que é imprescindível para que os serviços sejam expandidos para toda a população.

Os impactos da falta de saneamento básico

Como visto, há avanço nos diferentes serviços, mas a passos lentos e com investimentos abaixo do que é necessário para a universalização do saneamento no Brasil. Enquanto isso, a população ainda sofre com os problemas decorrentes da falta de saneamento, e podemos destacar pelo menos dois deles.

Problemas de saúde

O saneamento básico tem como principal objetivo a promoção da saúde do ser humano e a preservação do meio ambiente. A destinação inadequada do esgoto e a falta de tratamento da água que consumimos, a poluição de rios e o depósito de lixo em locais impróprios são fortes fatores de proliferação de doenças, como diarreia e leptospirose.

Boa parte das doenças comumente associadas à precariedade no acesso ao serviços de saneamento é causada por cistos, larvas ou parasitas provenientes de fezes e fluidos humanos a que comunidades sem acesso a abastecimento de água tratada e coleta e tratamento de esgoto está constantemente em contato.

Poluição de recursos naturais

O esgoto não tratado é normalmente direcionado para rios, córregos, lagos e oceano. Qual é o resultado disso? Um estudo realizado em 2016 pela ONG SOS Mata Atlântica em 111 rios classificou a qualidade da água de 24% deles como péssima ou ruim.

Como você pôde perceber, a falta de investimentos em saneamento básico gera consequências gravíssimas à qualidade de vida da população. Isso, por sua vez, compromete desde os índices de educação, até o crescimento da economia do país. Há ainda um longo caminho a ser percorrido, mas com colaboração entre diferentes entes e investimento no setor, vamos chegar lá!

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